Sepultura é proibido de tocar no Líbano, mas ainda quer se apresentar no país
Os organizadores do show no Líbano do grupo brasileiro de heavy metal Sepultura não desistiram de fazer com que a banda possa se apresentar no país árabe no próximo dia 28, apesar de existirem poucas possibilidades de as autoridades permitirem a entrada dos músicos no país.
"Ainda não conseguimos suprimir a proibição, mas seguimos tentando, embora as possibilidades sejam mínimas", hoje à agência Efe Bassel Deaibess, um dos fundadores da Skull Session, a produtora responsável pela apresentação marcada para o próximo domingo em Beirute.
Deaibess acrescentou que a "ordem de proibir a entrada do Sepultura no Líbano foi dada pelo chefe da Segurança Geral, que é a máxima autoridade neste sentido".
Anteriormente, a Skull Session informou em comunicado que os integrantes do Sepultura --Paulo Jr., Andreas Kisser, Derrick Green e Eloy Casagrande-- tiveram suas solicitações de vistos negadas por "insultar os cristãos, serem adoradores do diabo, terem realizado um show em Israel e terem gravado um vídeo em apoio a esse país".
Esses foram os argumentos apresentados pelas autoridades do Líbano, país que não reconhece o Estado de Israel e não tem relações com o mesmo, que é considerado "inimigo".
"Queremos esclarecer que as acusações são totalmente falsas. O grupo não tocou em Israel e o videoclipe critica o racismo desse país, mas sem nomeá-lo, e nele os membros do grupo tomam chá com árabes", disse o promotor do evento em defesa da apresentação do grupo brasileiro.
No vídeo da canção "Territory", lançado em 1993, há imagens de Israel, da bandeira do país e de seus soldados, mas o grupo mantém uma postura crítica com relação à nação judaica e de apoio aos palestinos.
Sobre as acusações de insultar a religião cristã, a Skull Session ressaltou que o Sepultura "não adota nenhuma ideologia ou demonstra afinidade com qualquer pensamento".
"Ao contrário, através de suas canções, pede que as pessoas se voltem para Deus, rejeita uma sociedade automatizada e anormal, e, por isso, alguns os consideram adoradores do diabo", acrescentou a produtora.
Por outro lado, um organizador do evento associado à Skull Session, que pediu anonimato, disse à Efe que a apresentação do grupo coincidiria com a celebração da Páscoa por parte dos cristãos libaneses, e, por isso, a comunidade religiosa pediu que o grupo fosse impedido de entrar no país.
O Sepultura se apresentaria junto com outros três grupos locais --Phenomy, World in Silence e Eden-- e está previsto que o evento aconteça no próximo domingo, mesmo sem a presença da banda brasileira.
"O evento não foi proibido, apenas a entrada do Sepultura no Líbano", concluiu Deaibess.
Em 2016, as forças de segurança egípcias impediram a realização de um show do Sepultura pouco antes de seu início nos arredores do Cairo, argumentando que a banda não dispunha das permissões pertinentes. Além disso, meios de comunicação locais classificaram os músicos da banda como "adoradores de satã".
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