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Museu Britânico sugere que figura de "O Grito" talvez não esteja gritando

Quadro "O Grito", de Edvard Munch - AFP PHOTO / KATRINE
Quadro "O Grito", de Edvard Munch Imagem: AFP PHOTO / KATRINE

Londres (Reino Unido)

22/03/2019 14h54

Apesar de ser considerado um símbolo da angústia e do desespero humano - e até ter um emoji para chamar de seu -, o quadro "O Grito", de Edvard Munch, ainda guarda muitos segredos, como a incerteza se a figura andrógina está realmente gritando e a possibilidade de ter sido inspirada em uma múmia.

Assim afirmou o Museu Britânico, que no dia 11 de abril inaugurará a exposição "Edvard Munch: Amor e Angústia", com mais de 50 gravuras e litografias do pintor, entre elas uma versão em preto e branco de 1895 da sua obra mais famosa.

O museu descreve que, na principal peça da mostra, intitulada "O Grito" em alemão, há uma frase escrita à mão por Munch que diz: "Ouvi um forte grito atravessar a natureza".

Isso corrobora a tese de que não é a figura representada a que grita, ela apenas cobre os ouvidos para bloquear o barulho dos gritos externos, sejam reais ou do interior da sua cabeça.

Especialistas apontam que o artista norueguês intitularia a série conhecida como "O grito", composta por quatro quadros e a litografia, de "O grito da natureza", e não a concebeu para representar o ato de uma só pessoa, mas com um sentido mais universal.

Outra revelação do Museu Britânico é que Munch pode ter se inspirado em uma múmia peruana que viu exposta no antigo Museu de Etnografia de Trocadero de Paris em 1889, que tinha a fisionomia e a posição das mãos similares.

"O grito" (em norueguês, "Skrik") é o título de quatro quadros do artista, três em museus de Oslo e uma em uma coleção particular, além da litografia. Duas versões diferentes da famosa obra foram roubadas em 1994 e 2004, mas posteriormente recuperadas.