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Egito precisa de mais tempo para saber se tumba de Tutancâmon esconde câmaras

01/04/2016 16h15

Luxor (Egito), 1 abr (EFE).- A equipe de especialistas que investiga o túmulo de Tutancâmon em busca de câmaras ocultas precisa de mais tempo para realizar testes até obter certezas, anunciou nesta sexta-feira o ministro de Antiguidades egípcio, Khaled al Anany.

O recém-nomeado ministro realizou este anúncio perante a imprensa no Vale dos Reis, em Luxor (sul), junto ao antecessor no cargo, Mamduh al Damati, que em meados de março informou que hoje se conheceriam os resultados definitivos das análises feitas ontem no túmulo do "faraó menino".

Al Anany afirmou que os especialistas precisam "estudar com precisão os dados obtidos pelo radar" para estarem "seguros".

Yasser al Shaib, especialista do Instituto de Geologia da Universidade do Cairo, afirmou que "dez horas após o término da análise" não se pode dizer se há algo oculto além do túmulo de Tutancâmon, mas reconheceu que há "indícios" disso.

"Vimos coisas, mas não sabemos o que são", comentou Al Shaib, que acrescentou que "os dados são muitos e muito bons", embora necessitem que "muitos especialistas os analisem de vários pontos de vista".

Os testes realizados ontem incluíram 40 digitalizações durante 12 horas, feitas por dois especialistas egípcios e dois americanos, estes últimos membros da equipe da revista "National Geographic", que apadrinhou esta missão e adquiriu os direitos da mesma.

Desde o começo da pesquisa no túmulo de Tutancâmon, após o qual talvez esteja o de sua madrasta, a rainha Nefertiti, foi gerada uma grande expectativa e as autoridades do Egito asseguraram que hoje seriam revelados os resultados definitivos, o que não ocorreu.

Al Damati tinha anunciado em meados de março, no Cairo, que hoje seria conhecida a prova definitiva para mostrar se há câmaras por trás das paredes norte e oeste do túmulo, como aponta a análise realizada por uma equipe japonesa em novembro de 2015.

Essas pesquisas começaram depois que o arqueólogo britânico Nicholas Reeves observou uma rachadura na parede norte do sepulcro do "faraó menino".

Reeves, que também falou com a imprensa nesta sexta-feira, interpretou essa fissura como uma porta selada que levava a uma possível câmera oculta, que pode ser o lugar de enterro de Nefertiti.