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Transexual espanhol recebido pelo papa conta história em livro

O espanhol Diego Neria Lejárraga, primeiro transexual a ser recebido por um papa - Reprodução/Facebook
O espanhol Diego Neria Lejárraga, primeiro transexual a ser recebido por um papa Imagem: Reprodução/Facebook

Plasencia (Espanha)

30/03/2016 14h07

O espanhol Diego Neria Lejárraga, primeiro transexual a ser recebido por um papa, contou sua história pessoal em um livro "sem nenhuma vontade de polêmica", nem buscando a parte frívola da transexualidade "porque essa história não está aqui".

"Esta é a vida de uma pessoa humilde e tranquila, que um dia foi tocada por essa varinha que se chama papa Francisco e que acho que pode dar um pouco de esperança", disse nesta quarta (30) Neria no lançamento de "O despiste de Deus. Cadernos de viagem de um homem que nasceu mulher".

A vida privada de Neria, de 50 anos, que em 2007 se submeteu a uma operação de mudança de gênero, que se tornou em pública em 2015 após saberem que foi recebido em audiência privada pelo papa Francisco no Vaticano, junto com sua companheira, Macarena.

Agora ele, que diz ter fortes convicções católicas, contou sua história em um livro: "É um percurso pela minha vida, desde pequeno até os 50 anos, feito através de uma viagem que eu faço a Roma com Macarena para visitar ao papa Francisco".

Neria pretendeu, sobretudo, "normalizar um pouco as relações das pessoas que sempre nos consideraram afastadas da sociedade".

"E claro é uma chamado absoluto de esperança. Eu tive uma vida complicada, mas felizmente e graças a Deus aqui estou, porque a vida dá muitas voltas e porque tenho muito claro que não se pode jogar a toalha nunca", acrescentou.

Quanto à sua reunião com o papa Francisco, Diego Neria contou que esse encontro mudou sua vida, principalmente interiormente, e que deu a ele "muitíssima tranquilidade, serenidade, acabou com muitas dúvidas".

Ele criticou que algumas "crenças equivocadas estejam causando muitíssimo prejuízo, por exemplo, entre os transexuais latino-americanos, que estão passando francamente mal porque estão sendo super perseguidos, e isto é um ponto que marca a Igreja".

Desde que foi eleito o máximo representante da Igreja Católica, há três anos, o papa se mostrou compreensivo com as diferentes expressões da sexualidade, e pediu aos responsáveis do clero que anunciem o Evangelho "a todos, em todos os lugares, em todas as ocasiões, sem demoras, sem asco e sem medo".