"Truman" é o grande vencedor dos Prêmios Goya, o Oscar do cinema espanhol

Alicia García de Francisco.

Madri, 7 fev (EFE).- A festa da 30ª edição dos Prêmios Goya teve neste sábado uma marca argentina, a do ausente Pablo Trapero, vencedor do prêmio de melhor filme ibero-americana por "O Clã", e o de Ricardo Darín, que ficou com o de melhor ator por "Truman", o filme mais premiado da noite com cinco estatuetas.

Darín foi, além disso, o porta-voz de uma reivindicação política em uma sala cheia de representantes políticos espanhóis - o ministro da Cultura interino, Iñigo Méndez de Vigo; e os líderes dos partidos socialista, Pedro Sánchez; Podemos, Pablo Iglesias; Ciudadanos, Albert Rivera; e Esquerda Unida, Alberto Garzón.

"Façam algo pela cultura porque é a única coisa que é preciso fazer", disse o ator ao receber seu primeiro Goya após quatro indicações.

Duplamente contente pelos prêmios conseguidos por "Truman", que ganhou o de melhor filme, diretor (Cesc Gay), ator coadjuvante (Javier Cámara) e roteiro adaptado (Gay e Tomás Aragay).

Este último foi entregue por outro dos protagonistas da noite, o prêmio nobel peruano Mario Vargas Llosa, que se encarregou de entregar os Goya de melhor roteiro adaptado e melhor roteiro original, para Fernando León de Aranoa por "Um Dia Perfeito".

Porque além de "Truman", os Goya desta 30ª edição foram muito divididos.

"Ninguém Quer a Noite", de Isabel Coixet, levou quatro: melhor trilha sonora (Lucas Vidal), maquiagem, figurino e direção de produção.

Enquanto o grande favorito, "La Novia", a adaptação que Paula Ortiz realizou das "Bodas de Sangue" de Federico García Lorca, ficou com apenas dois (melhor direção de fotografia e atriz coadjuvante para Luisa Gavasa) dos 12 Goya aos quais concorria.

"A Cambio de Nada" conseguiu os de direção revelação para Daniel Guzmán e ator revelação para Miguel Herrán; "El Desconocido", os de montagem e som, e "Palmeras en la Nieve" os de melhor canção (Pablo Alborán e Lucas Vidal) e melhor direção de arte.

E outros cinco filmes levaram um Goya para casa: "Anacleto, Agente Secreto" o de melhores efeitos especiais; "Un otoño sin Berlín" o de melhor atriz revelação para Irene Escolar; "Um dia Perfeito", melhor roteiro adaptado; "Techo y Comida", melhor atriz, para Natalia de Molina.

A presença latino-americana se completou com o prêmio de melhor filme ibero-americano, para "O Clã", uma coprodução hispano-argentina dirigida por Pablo Trapero, que venceu "Vestido de Novia", de Marilyn Solaya (Cuba); "Magallanes", de Salador del Solar (Peru) e "La Once", de Maite Alberdi (Chile).

O diretor argentino não pôde estar na cerimônia porque sua mulher tinha dado à luz a sua segunda filha há apenas algumas horas, mas expressou à Efe sua felicidade por uma semana incrível para ele.

Um prêmio especialmente importante para ele porque vem da terra de Luis Buñuel, que também esteve presente na festa por causa da homenagem dos tambores de sua cidade natal, Calanda (nordeste da Espanha), que soaram no Hotel Marriott Auditorium onde aconteceu a entrega dos prêmios.

O Goya de melhor filme europeu foi para o francês "Cinco Graças" e o de animação para "Atrapa la Bandera".

Foi uma festa na qual pesou muito o lado político com a presença de representantes de partidos espanhóis e o glamour de estrelas da imprensa rosa como Isabel Preysler, que acompanhava seu marido, o nobel Mario Vargas Llosa.

Também as estrelas internacionais convidadas, Juliette Binoche - indicada como melhor atriz por "Ninguém Quer a Noite" - e Tim Robbins, assim como Penélope Cruz - candidata por "Ma ma" - e Javier Bardem, em um de seus raros momentos públicos como casal.

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