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Isabel Allende defende legalização: "Tenho toda a maconha ao meu alcance"

A escritora Isabel Allende autografa livros na Feira do Livro em Madri (8/6/2011) - EFE/Juanjo MartÌn
A escritora Isabel Allende autografa livros na Feira do Livro em Madri (8/6/2011) Imagem: EFE/Juanjo MartÌn

03/07/2015 20h36

A autora de "A casa dos Espíritos", a chilena Isabel Allende, afirmou nesta sexta-feira que é a favor do processo de legalização da maconha em seu país e acrescentou que "de repente comer um bolo de maconha para fazer amor é fantástico".

"Eu tenho toda a maconha que quiser ao alcance do meu bolso, ao alcance da minha casa, mas não gosto de estar com a consciência alterada, mas de repente comer um bolo de maconha para fazer o amor é fantástico, mas já faz muito tempo que isso não aconteceu", confessou a autora.

Allende fez estas declarações à "Rádio DNA", durante a divulgação de sua última obra "O Amante Japonês", quando conversou também sobre política no Chile e de sua separação após 27 anos de casamento.

A autora, que vendeu mais de 65 milhões de exemplares e foi traduzida para 35 idiomas, afirmou que 2015 "foi um ano de muitas perdas".

"Apaixonei-me loucamente por 'Willi" (o americano William Gordon) na primeira vez em que o vi e lutamos muito por esse amor, passamos por muitas coisas horríveis. Eu perdi uma filha, e ele dois filhos", lembrou Allende.

A filha mais velha de Gordon, Jennifer, era viciada em drogas pesadas e desapareceu no início da década de 90, quando foi considerada morta. 20 anos depois o filho mais novo de Gordon, Harleigh, foi encontrado morto após uma overdose de heroína.

Allende também passou por um doloroso processo de perda com sua filha Paula, que morreu em 1992, aos 28 anos. Ela sofria de porfiria, e um erro médico a deixou em coma por um ano antes de morrer.

Apesar desta história marcada pelas drogas, a literata afirmou nesta sexta-feira ser a favor da legalização da maconha. 
"Sou completamente a favor de legalizar a maconha e de usá-la não somente na medicina, mas usá-la para muitas outras coisas", asseverou.

"Com Willi vivi todas as piores partes disto e o pior é a penalização. Eles são presos, saem da prisão e voltam a usar drogas mais pesadas. Não é um problema de criminalização, é um problema de saúde pública", assinalou. No Chile, o consumo e venda de maconha é ilegal.