Museus da Crimeia processam entidade holandesa por peças de ouro

Em Bruxelas

O museu arqueológico Allard Pierson de Amsterdã recebeu uma intimação por uma denúncia de quatro museus da Crimeia, que reivindicam a devolução de peças que foram cedidas para a exposição "Crimeia: Ouro e Segredos do Mar Negro" antes da anexação da península por parte da Rússia.

O museu confirmou que recebeu a intimação na qual as instituições requerem coleção, segundo indica o meio de comunicação holandês "NU" em seu site.

Em agosto, o museu Allard Pierson decidiu manter as peças que foram cedidas porque elas eram reivindicas tanto pela Ucrânia como Crimeia, até que ambas as partes cheguem a um acordo ou exista um decisão judicial firme sobre a disputa.

Desta maneira, o museu evita tomar uma decisão sobre qual das partes devem ser entregues os objetos em disputa.

Em fevereiro, os tesouros arqueológicos que fazem parte da mostra chegaram à Holanda, e a devolução estava prevista para agosto na capital da Ucrânia, desde onde retornariam aos cinco museus dos quais procedem, quatro deles situados na península da Crimeia.

Após a anexação da Crimeia pela Rússia em março, foi iniciada uma disputa pela propriedade das peças, entre as quais estão "artefatos impressionantes feitos em ouro e infinidades de pedras preciosas", segundo a instituição arqueológica.

Os quatro museus baseados na Crimeia exigem que os objetos arqueológicos que foram emprestados sejam devolvidos diretamente uma vez concluída a mostra, enquanto o Ministério de Cultura da Ucrânia afirma que estes objetos são propriedade do Estado ucraniano e devem ser devolvidos a Kiev.

O museu Allard Pierson reconheceu que esta situação é "única e complexa", por isso que iniciou uma análise para decidir como proceder sobre a base da legislação competente e das normas internacionais.

No entanto, "os resultados desta análise não permitiram ao museu Allard Pierson tomar uma decisão e respaldar a reivindicação de uma das duas partes concretamente", indicou a instituição, que considerou que seja qual for a escolha, "é quase certo que terminará em um processo da outra parte, um grande risco para o museu".

Portanto, os responsáveis do museu decidiram armazenar "de forma segura" os objetos em disputa, até que a situação fique mais clara.

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