Lenço de seda "reinventado" no Brasil procura novas fronteiras

Angélica De Diego.

São Paulo, 27 nov (EFE).- O lenço foi usado por homens e mulheres desde tempos imemoráveis, tanto com fins práticos quanto de decoração, e uma reinvenção brasileira desse acessório cruza agora as fronteira para chegar a países como Holanda, Japão, França e, a partir de dezembro, Colômbia.

Os romanos usavam grandes peças de seda para cobrir a cabeça e o pescoço e no século XVIII a peça fazia parte da linguagem do cortejo amoroso. Se um lenço era atado ao punho, significava que a dama estava comprometida. Se ela roçava sua orelha esquerda com ele era sinal que oferecia sinal verde ao seu pretendente.

Uma das autênticas precursoras do lenço moderno foi a Hermès, que em 1937 lançou o chamado 'Carré Hermès' e apresentou a peça de seda de 90 por 90 centímetros, com tecido duplo, em originais e exclusivas estampas, transformando o lenço em emblema da marca desde então.

Tendência nos últimos anos, o lenço e o foulard fazem parte de coleções de marcas de luxo e redes de roupa mais populares, o que levou os irmãos Daniel e Rodrigo Rosset a pensarem a Scarf Me, marca brasileira que modernizou esta peça e promoveu sua reinvenção dirigida a uma mulher mais atual.

A história de Scarf Me começa pelo patriarca da família, que durante suas viagens pela Europa identificou um vazio na fabricação e apresentação do tradicional lenço de seda, ao estilo da casa francesa.

Em suas andanças, chegou à conclusão de que o lenço deveria ser mais acessível e ser dirigido a uma mulher jovem e dinâmica, ao mesmo tempo em que teria que ser apresentado de uma maneira contemporânea e em lugares apropriados onde a cliente pudesse interagir com as peças, tocando e experimentando.

A marca decidiu então apresentar uma inovadora idealização e reinvenção do tradicional lenço de luxo, oferecendo exclusivos desenhos nas melhores sedas e musselinas (são fabricadas apenas dez unidades de cada desenho) dirigidos a uma mulher ousada e atual.

Rodrigo e Daniel, que decidiram há dois anos iniciar a ideia, são formados em Marketing e pertencem a uma geração envolvida na dinâmica e rapidez das redes sociais, características estas, que fazem parte da filosofia da marca.

"Scarf Me quer se identificar com a mulher de hoje, a do Instagram e do Facebook, por isso criamos, aproximadamente, 300 estampas ao ano, algo, que é possível somente graças à tecnologia da estampagem digital", disse à Agência Efe Rodrigo Rosset.

A alta rotatividade de produtos permite também manter o caráter exclusivo de suas estampas, que, por outro lado, têm muitas vezes a assinatura de artistas plásticos e criadores de diferentes países.

A marca propõe também uma experiência diferenciada e interativa, em shoppings, através de 'miniboutiques' (stands de venda) nos corredores com exclusivos desenhos expostos em gavetas sem vidro, nos quais os lenços e xales são estendidos e apresentados, com direito a toque e prova.

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