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Feira do Livro de Buenos Aires termina com sucesso de visitas e de vendas

24.abr.2014 - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), recebe o título de cidadão ilustre de Buenos Aires, durante a 40ª Feira do Livro de Buenos Aires, e é cumprimentado pelo escritor Ziraldo - Matias Napoli/Futura Press/Futura Press/Estadão Conteúdo
24.abr.2014 - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), recebe o título de cidadão ilustre de Buenos Aires, durante a 40ª Feira do Livro de Buenos Aires, e é cumprimentado pelo escritor Ziraldo Imagem: Matias Napoli/Futura Press/Futura Press/Estadão Conteúdo

De Buenos Aires

12/05/2014 19h53

A Feira Internacional do Livro de Buenos Aires, a mais importante do setor na América do Sul, acabou nesta segunda-feira (12) com mais de 1,2 milhão de leitores, 7% a mais que em 2013, e com a literatura de ficção para jovens e os grandes autores latino-americanos protagonistas das vendas.

"Não temos dados exatos porque as vendas são feitas pelas editoras, que não são obrigadas a informar à organização, mas estão muito satisfeitas e estimam em 30% o crescimento do faturamento em relação ao ano passado", disse à Agência Efe Gabriela Adamo, diretora- executiva da Fundação El Libro, organizadora da Feira.

O americano Paul Auster, o espanhol Arturo Pérez-Reverte, o sul-africano J. M. Coetzee e o ilustrador argentino Quino, criador de Mafalda, foram alguns dos protagonistas da 40ª edição da Feira, que teve São Paulo como convidada de honra.

"Estamos impressionados com o sucesso com o sucesso que muitos escritores tiveram. Era previsível no primeiro fim de semana, quando Auster e Coetzee estiveram juntos e houve gente do lado de fora, e Quino, também com muitíssimo público", contou Adamo.

Mas os organizadores não esperavam a "avalanche" de visitantes que James Dashner, o americano autor da saga para adolescentes "Maze Runner - Correr ou Morrer", "que encheu a sala e ficou uma manhã inteira autogrando".

Nas prateleiras, a literatura hispano-americana teve boa parte do interesse dos visitantes, atraídos também pela recente morte do colombiano Gabriel García Márquez e pela comemoração do centenário do nascimento do argentino Julio Cortázar.

"Infelizmente é algo que costuma acontecer no mercado editorial, quando morre um autor importante, os livros imediatamente vendem mais", reconheceu Adamo.

"É o melhor homenagem que pode ser feita, continuar a lê-lo", disse.

Com Cortázar aconteceu algo diferente, disse o diretor da Feira, "porque não teve o componente da surpresa, não foi algo imprevisto. Mas já sabíamos que este ano seria marcado pelo aniversário e o ano todo será assim, não só na feira".

Os clássicos latino-americanos compartilharam as boas vendas com best sellers como "Jogos Vorazes" (Suzanne Collins) e "As Crônicas de Gelo e Fogo" (George R. R. Martin).

"Em geral nos avisam que ficção vendeu mais do que qualquer outra coisa, o que pessoalmente me alegra porque é claramente uma leitura por prazer, não uma leitura por obrigação", assegurou Adamo.

Apesar das boas expectativas, o sucesso da Feira não deixa de ser uma surpresa para os organizadores "porque Buenos Aires é uma cidade com muitíssimas livrarias, com muitíssimas atividades literárias o ano inteiro, portanto não é que a Feira venha a suprir uma falta, ao contrário, é a coroação de muitas coisas".

"É uma cidade muito literária e sabemos que vem muita gente do interior, do Uruguai e do Chile para este evento, o que prova claramente que o livro está muito vivo e vai durar muito muito tempo ainda", resumiu Adamo.