NYT repercute morte de Gabriel García Marquez

Nova York, 17 abr (EFE).- Gabriel García Márquez foi o conjurador do realismo fantástico na literatura, um estilo que não inventou mas que desenvolveu até níveis não vistos até então, que foram uma poderosa influência em autores posteriores, segundo "The New York Times".

O jornal nova-iorquino publicou em sua edição digital um longo obituário sobre o autor colombiano, que morreu nesta quinta-feira no México, no qual repassa sua vida e sua obra literária com várias entrevistas do próprio escritor e destaca sua figura como "um gigante da literatura do século XX".

O artigo assinala que García Márquez fez parte de um "seleto grupo de autores" junto a Charles Dickens, Leon Tolstoi e Ernest Hemingway que foram elogiados ao mesmo tempo pelo público e pelos críticos.

Ressalta que García Márquez "foi um mestre" no gênero do realismo fantástico, "no qual convergem o milagroso e o real", e embora nunca tenha pretendido tê-lo inventado "ninguém antes dele tinha usado o estilo com tanto arte, exuberância e potência".

"O realismo fantástico em breve inspirou escritores de ambos os lados do Atlântico", acrescenta o jornal, destacando especialmente a chilena Isabel Allende e o britânico Salman Rushdie.

O artigo lembra a biografia do escritor e como sua vida quando criança em casa de seus avôs em Aracataca acabou dando forma ao mundo imaginário de Macondo e do coronel Aureliano Buendía, que se tornou famoso mundialmente com "Cem Anos de Solidão" e apareceu em outras de suas obras.

Também destaca sua vida no jornalismo, sua passagem pela Europa, o posterior assentamento no México e sua militância esquerdista e sua simpatia pelo regime castrista em Cuba, assim como que os Estados Unidos lhe proibiu a entrada durante mais de três décadas.

Foi finalmente durante o primeiro mandato do presidente Bill Clinton, que disse com frequência que "Cem Anos de Solidão" é seu livro favorito, que lhe deram um visto porque o presidente o tinha convidado à ilha de Martha's Vineyard, um dos locais turísticos mais exclusivos do país onde passava férias.

O "NYT" lembra as palavras da Academia Sueca da Língua ao conceder-lhe o Nobel de Literatura em 1982, quando disse de García Márquez que cada obra nova era recebida por leitores e críticos "como um evento de importância mundial".

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