Havana, 17 abr (EFE).- O presidente da União de Escritores e Artistas de Cuba (UNEAC), Miguel Barnet, afirmou nesta quinta-feira que este país "amará sempre" o escritor colombiano Gabriel García Márquez, cuja perda qualificou de "grande e "irreparável".

"Os escritores cubanos sofrem com essa grande perda e irreparável. Gabo amou Cuba e Cuba o amará sempre", declarou Barnet à Agência Efe, após saber da morte de García Márquez hoje na Cidade do México, onde residia.

O poeta e romancista cubano assinalou que "poucos escritores desta época como García Márquez revelaram em um espelho mágico os lados mais preciosos da mitologia latino-americana".

"Com a poesia de José Lezama Lima e a obra de Juan Rulfo, Gabo traçou um arco luminoso de metáforas que identificaram essa dimensão da complexa espiritualidade do continente", ressaltou.

Barnet considerou que, além de tudo isso, foi um jornalista "atento à convulsa realidade que viveu com uma posição vantajosa sobre outros contemporâneos porque foi porta-voz da alma popular".

Os meios de comunicação oficiais de Cuba divulgaram a notícia da morte do Nobel de Literatura de 1982 com títulos como "Luto da Cultura Mundial" em artigos que destacam sua figura como jornalista, seu engenho narrativo que o situou entre os maiores escritores da literatura universal e seu estreito vínculo com o cinema.

As publicações também lembraram a amizade "entranhável" que manteve com o líder da revolução cubana, Fidel Castro, e publicaram fotos de algumas de suas reuniões durante suas visitas à ilha caribenha.

A última aparição pública de García Márquez em Cuba foi em dezembro de 2010, quando participou do 32° Festival de Cinema de Havana, onde sua presença era tradição há alguns anos.

O autor de "Cem anos de Solidão", entre outras de suas famosas obras, faleceu nesta quinta-feira aos 87 anos em sua casa da Cidade do México, poucos dias após sair do hospital após ser internado por uma infecção pulmonar.