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Mais de 130 prêmios Nobel pedem que líder chinês Xi liberte escritor

14.mar.2005 - O vencedor do prêmio Nobel da Paz Liu Xiaobo, em Guangzhou, no sul da China - AFP
14.mar.2005 - O vencedor do prêmio Nobel da Paz Liu Xiaobo, em Guangzhou, no sul da China Imagem: AFP

05/12/2012 11h42

Um total de 134 prêmios Nobel pediu ao novo líder chinês, Xi Jinping, a libertação "incondicional" do escritor Liu Xiaobo, premiado com o Nobel da Paz em 2010, em carta à qual Pequim reagiu nesta quarta-feira (5) pedindo para seus signatários que "não interfiram em seus assuntos internos".

Essa foi a resposta do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hong Le, ao ser perguntado sobre se as autoridades comunistas pensavam considerar a carta assinada pelos Nobel e publicada em comunicado pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

"A China é um país regido pela lei que protege os direitos de seus cidadãos", respondeu hoje o porta-voz, que não quis especificar sob quais leis mantém sob prisão domiciliar a esposa de Liu, Liu Xia, cuja libertação também é exigida pelos intelectuais.

A carta, assinada por premiados nas seis categorias (Química, Medicina, Física, Literatura, Economia e Paz), expressa o desejo de que a nova liderança chinesa "aproveite uma grande oportunidade para tomar passos concretos que garantam os direitos fundamentais dos cidadãos da China".

Segundo os signatários, Liu, "um respeitado intelectual e advogado da democracia", foi condenado a 11 anos de prisão e acusado de subversão "sobre a base de seus ensaios políticos e por ser o coautor da 'Carta 08', que pedia uma reforma política pacífica na China".

Na longa lista de signatários se destaca a ausência dos dois escritores chineses agraciados com o Nobel de Literatura: Mo Yan, que receberá o prêmio deste ano na próxima semana em Estocolmo, e Gao Xingjian, nascido na China mas que atualmente possui nacionalidade francesa.

Mo viaja hoje rumo a Estocolmo para receber o prêmio, acompanhado por vários oficiais do governo chinês, assim como por parentes e pela equipe de sua editora.

Perguntado sobre se o fato de que membros do regime acompanharem Mo indicava que a China quer "vigiar" as declarações do premiado durante sua estadia no exterior, Hong se limitou a felicitar de novo o condecorado e a ressaltar que o escritor "é um amante de seu país".