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Escritor Gabriel García Márquez está perdendo a memória, diz amigo

Gabriel García Márquez posa com seu neto Mateo (esq.) e o assistente Genovevo Quirós em sua casa em San Ángel, na Cidade do México (6/3/2012).  - EFE/Mario Guzmán
Gabriel García Márquez posa com seu neto Mateo (esq.) e o assistente Genovevo Quirós em sua casa em San Ángel, na Cidade do México (6/3/2012). Imagem: EFE/Mario Guzmán

Bogotá

08/06/2012 13h59

O escritor colombiano e prêmio Nobel de Literatura, Gabriel García Márquez, está perdendo a memória, segundo relatou um amigo próximo, depois de conversar com familiares do escritor. 

Plínio Apuleyo Mendoza, jornalista local e escritor de "Cheiro da goiaba", que reúne recordações de García Márquez antes dele receber o Nobel, disse à revista digital Kienyke que o autor de "Cem anos de solidão" já não reconhece mais as pessoas pela voz.

Mendoza contou que telefonou para o amigo no último dia 6 de março, em seu aniversário de 85 anos, mas que ele não pode falar. "No dia que completou 85 anos, liguei para García Márquez mas não falei com ele. Conversei com Mercedes [Barcha, sua esposa] e ela prefere não passar o telefone para ele porque não reconhece", afirmou o jornalista.

Segundo ele, da última vez em que conversaram, já há alguns anos, o escritor "esquecia certas coisas e me perguntava: 'quando chegou', 'onde está hospedado', e repetia". Em compensação, disse, "fomos almoçar e recordar coisas muito antigas de 30 ou 40 anos atrás, remotas, e a memória funcionava perfeitamente".

Mendoza acrescentou que o filho mais velho de García Márquez, o cineasta Rodrigo, que é seu afilhado, revelou que seu pai tem que ver as pessoas "porque senão, pela voz, não sabe com quem está falando". O jornalista também recordou que tanto a mãe do escritor como um de seus irmãos, que já morreram, sofreram de Alzheimer.

A ideia que o prêmio Nobel tem perdido paulatinamente a memória está no ar desde que seu biógrafo, o britânico Gerard Martin publicou, em 2009, um livro com sua história.