Cópia de livro nazista em que aparece Charlie Chaplin será leiloado na Inglaterra
LONDRES, 28 FEV (ANSA) - O ator britânico Charles Chaplin aparece em uma espécie de "lista negra" de inimigos do nazismo no livro "Juden Sehen Dich An" (os judeus estão te olhando), que traz nomes e fotografias de personalidades contrárias ao regime. São 95 figuras importantes, entre eles o físico e matemático Albert Einstein e Chaplin, que foi classificado como "pseudojudeu".
Idealizado pelo ativista anti-semita Johann von Leers por ordem de Adolf Hitler, o livro será leiloado em março em uma casa de leilões de Shropshire, na Inglaterra, informou o jornal inglês Daily Mail.
Richard Westwood-Brookes, diretor da casa de leilões, declarou que o livro "buscava atacar judeus proeminentes do mundo e, ao mesmo tempo, advertir os alemães de que essas pessoas estavam formando uma conspiração internacional destinada a dominar o mundo".
"Cada um dos judeus mais importantes aparece no livro em uma fotografia do tipo retrato, mas o fato mais bizarro é que se incluiu Charles Chaplin", acrescentou Westwood-Brookes. "Ele é atacado na seção de 'judeus artistas' e sugere-se que ele era de descendência judaica, por isso o classificaram como pseudojudeu", acrescentou.
Segundo o especialista, Chaplin "deve ter temido por sua vida quando viu o livro, já que a maioria das pessoas que apareceram na lista foi exterminada pelos nazistas".
"Esse material histórico serve para nos dar conta do que se passou e do que pode haver se passado. É fácil assistir filmes, mas quando temos em nossas mãos um material original como esse é apavorante", disse o diretor da casa de leilões.
Publicado em Berlim na década de 1930, o livro serviu de inspiração para que Chaplin fizesse o filme "O Grande Ditador" (1940), do qual foi diretor e protagonista.
Nesse filme, Chaplin interpreta um barbeiro judeu e um tirano nazista, Adenoid Hynkel, em uma clara referência a Hitler. De acordo com o historiador do cinema Kevin Brownlow, Chaplin filmou "O Grande Ditador" em reposta à "lista negra" publicada no livro.
"Os nazistas acreditavam erroneamente que ele era judeu porque Chaplin nunca negou isso. Foi enviada a ele uma cópia do livro e acredita-se que isso o levou a criar o filme como um ato de desafio", explicou Brownlow.
O livro foi enviado ao ator pelo cineasta Ivan Montague, que encontrou uma cópia secreta quando trabalhava em Berlim, na década de 1930.
"Chaplin inclusive escreveu uma carta de resposta agradecendo a Montague pelo livro. Isso demonstra que Chaplin até então não tinha conhecimento da lista e certamente temia por sua vida", concluiu Brownlow.
O historiador disse ainda que a foto de Chaplin usada no livro foi escolhida especialmente porque era aquela em que ele menos se parecia com Hitler.
Idealizado pelo ativista anti-semita Johann von Leers por ordem de Adolf Hitler, o livro será leiloado em março em uma casa de leilões de Shropshire, na Inglaterra, informou o jornal inglês Daily Mail.
Richard Westwood-Brookes, diretor da casa de leilões, declarou que o livro "buscava atacar judeus proeminentes do mundo e, ao mesmo tempo, advertir os alemães de que essas pessoas estavam formando uma conspiração internacional destinada a dominar o mundo".
"Cada um dos judeus mais importantes aparece no livro em uma fotografia do tipo retrato, mas o fato mais bizarro é que se incluiu Charles Chaplin", acrescentou Westwood-Brookes. "Ele é atacado na seção de 'judeus artistas' e sugere-se que ele era de descendência judaica, por isso o classificaram como pseudojudeu", acrescentou.
Segundo o especialista, Chaplin "deve ter temido por sua vida quando viu o livro, já que a maioria das pessoas que apareceram na lista foi exterminada pelos nazistas".
"Esse material histórico serve para nos dar conta do que se passou e do que pode haver se passado. É fácil assistir filmes, mas quando temos em nossas mãos um material original como esse é apavorante", disse o diretor da casa de leilões.
Publicado em Berlim na década de 1930, o livro serviu de inspiração para que Chaplin fizesse o filme "O Grande Ditador" (1940), do qual foi diretor e protagonista.
Nesse filme, Chaplin interpreta um barbeiro judeu e um tirano nazista, Adenoid Hynkel, em uma clara referência a Hitler. De acordo com o historiador do cinema Kevin Brownlow, Chaplin filmou "O Grande Ditador" em reposta à "lista negra" publicada no livro.
"Os nazistas acreditavam erroneamente que ele era judeu porque Chaplin nunca negou isso. Foi enviada a ele uma cópia do livro e acredita-se que isso o levou a criar o filme como um ato de desafio", explicou Brownlow.
O livro foi enviado ao ator pelo cineasta Ivan Montague, que encontrou uma cópia secreta quando trabalhava em Berlim, na década de 1930.
"Chaplin inclusive escreveu uma carta de resposta agradecendo a Montague pelo livro. Isso demonstra que Chaplin até então não tinha conhecimento da lista e certamente temia por sua vida", concluiu Brownlow.
O historiador disse ainda que a foto de Chaplin usada no livro foi escolhida especialmente porque era aquela em que ele menos se parecia com Hitler.