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Roman Polanski se defende de nova acusação de estupro

Academia do Oscar defende expulsão de Roman Polanski -
Academia do Oscar defende expulsão de Roman Polanski

Da agência AFP, em Paris (FRA)

11/12/2019 16h33

"Tentam me transformar em um monstro", afirma Roman Polanski, que fala pela primeira vez desde a acusação de estupro apresentada pela francesa Valentine Monnier, denunciando uma "história bizarra" e acusando o produtor Harvey Weinstein de voltar a difamá-lo em 2003.

Em entrevista à revista Paris Match, que estará disponível na quinta-feira e na qual aparece na capa, o cineasta de 86 anos "nega absolutamente", como já tinha feito há um mês através de seu advogado, as acusações de Valentine Monnier.

A fotógrafa francesa afirma ter sido agredida e estuprada por Polanski em 1975, na Suíça, quando tinha 18 anos.

Ao declarar que se lembra dela "vagamente", o diretor de cinema acrescenta que "evidentemente não guarda na memória o que ela conta, pois é falso".

Em um depoimento publicado no início de novembro pelo jornal francês Le Parisien, dias antes do lançamento do mais recente filme de Polanski, "J'accuse" ("Eu acuso"), a fotógrafa e ex-modelo Valentine Monnier afirma que quando foi esquiar em Gstaad (Suíça), junto com outra jovem, hospedou-se na casa do cineasta e que ele a "agrediu" e em seguida "a estuprou, fazendo-a sofrer todos os tipos de mazelas".

"Isso é uma loucura! (...) Toma como testemunhas três amigos meus presentes no chalé: meu assistente Hércules Bellville, Gérard Brach e sua esposa, Elizabeth. Os dois primeiros morreram - muito conveniente, pois já não podem confirmar ou refutar o que ela disse. Em relação à senhora Brach, o jornal não a encontrou", prossegue o cineasta, que classifica essa história como bizarra".

Valentine Monnier disse não ter feito uma denúncia porque o crime estava prescrito. Mas que havia decidido apresentar publicamente esta denúncia devido à estreia do filme "Eu Acuso", que faz referência a um erro judicial.

Esta acusação se soma às de outras mulheres nos últimos anos contra Roman Polanski, que ainda está sendo processado pela justiça dos Estados Unidos por manter relações sexuais ilegais em 1977 com Samantha Geimer, que à época era menor de idade.

Na conversa com a Paris Match, Roman Polanski culpa o produtor Harvey Weinstein, denunciado de abuso sexual por mais de 80 mulheres e catalizador do movimento #MeToo.

Ele acusa Weinstein de "desenterrar" seu caso com Samantha Geimer, que "não interessava a ninguém", durante a campanha do Oscar de 2003, na qual seu filme "O Pianista" era um dos favoritos, e que conquistou três estatuetas.

"Seu assessor de imprensa foi o primeiro a me chamar de 'estuprador de crianças'", declara o cineasta na entrevista, acrescentando que "há anos tentam fazer de mim um monstro".