Detecção de anomalias térmicas na pirâmide de Quéops pode revelar segredos

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Cairo, 11 Nov 2015 (AFP) - A descoberta de anomalias térmicas em uma face da pirâmide de Quéops, no Egito, levanta esperanças de elucidar os mistérios da última das sete maravilhas do mundo antigo ainda de pé.

O trailer do projeto "Scan Pirâmides" mostra câmeras térmicas de infravermelho que colorem a pirâmide de Quéops de amarelo para vermelho escuro, e as imagens dos majestosos edifícios de pedra feitas por drones. O vídeo promete descobertas graças à combinação das ciências exatas e da egiptologia.

Tudo com a esperança de responder ao enigma das pirâmides, um dos mais fascinantes da antiguidade.

Este projeto lançado no final de outubro utiliza câmeras de infravermelho, um método de não-invasivo e não-destrutivo para mapear, sem um arranhão, o coração das Pirâmides de Gizé - monumentos fúnebres de mais de quatro mil anos.

As mesmas câmeras foram utilizadas no início de novembro para sondar o túmulo de Tutancâmon em Luxor, a fim de verificar se a teoria do arqueólogo britânico Nicholas Reeves - de que a lendária rainha Nefertiti está enterrado no interior de uma câmara secreta - é confiável.

Com pirâmides de digitalização, os cientistas esperam detectar "a presença de corredores e câmaras desconhecidas" ou até mesmo traços de rampas para elucidar o enigma de sua construção.

Longa aventuraO ministro de Antiguidades egípcio, Mahmoud Eldamaty, a aventura pela frente será longo. "Temos que fazer mais descobertas sobre as pirâmides", declarou em coletiva de imprensa na segunda-feira ao pé da pirâmide de Quéops, o monumento de pedra construído pelo homem há 4.500 anos.

Aproveitando a ocasião, o ministro revelou os resultados preliminares do projeto "Scan Pyramids" lançado em 25 de outubro. Uma equipe de cientistas egípcios, franceses, canadenses e japoneses observaram anomalias térmicas "impressionantes" sobre o flanco oriental da pirâmide de Quéops, perto do solo, e outras menos flagrantes em meia altura.

Alguns blocos de pedra têm uma diferença de temperatura de até 6 graus Celsius em relação aos outros ao lado dele. Nas imagens é possível ver cores quentes, de vermelho para amarelo, contrastando com os tons do resto do monumento, entre o vermelho escuro e o azul, sinal de frio.

"Esta imagem é a mais importante do ano de 2015", disse o ministro ao apresentar a "Grande Pirâmide" adornada com as cores.

Tesouro fabulosoEsta diferença de temperatura indica cavidades ou menos correntes de ar, dando origem a uma multiplicidade de interpretações que vai ser analisada antes do final de 2016.

O projeto Scan Pyramids testou em novembro suas câmeras infra-vermelhas na tumba do faraó Tutancâmon, e a diferença de temperatura numa das paredes confirmou a hipótese de Nicholas Reeves e Eldamaty: a existência de uma câmara secreta. Mas ainda não se sabe de quem.

Nicholas Reeves acredita que é a de Nefertiti, uma rainha de beleza legendária. Há 3.300 anos foi a esposa principal de Aquenáton, pai de Tutancâmon, o único faraó com uma sepultura intacta, encontrada em 1922. Todas as demais foram saqueadas ao longo dos milênios.

Sua tumba continha 5.000 peças, em sua maioria de ouro, um tesouro entre o qual está a célebre máscara de ouro maciço e pedras preciosas.

O Egito esconde ainda mil e um enigmas, alguns dos quais poderiam ser decifrados, segundo os especialistas, graças à união das novas tecnologias e as ciências exatas.

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