Cannes: Prêmio do Júri para "The Lobster", uma ácida fábula sobre o amor

Cannes, França, 24 Mai 2015 (AFP) - O filme "The Lobster" ("A Lagosta") do cineasta grego Yorgos Lanthimos ganhou o Prêmio do Júri em Cannes, que coroou esta fábula ácida e implacável sobre a solidão, o casal e o amor.

Filmada em inglês e protagonizada por Colin Farrell, Rachel Weisz e Léa Seydoux, o filme havia sido aplaudido em sua exibição à imprensa de Cannes na semana passada, mas poucos apostavam nela, que chegou como um "outsider" na lista dos prêmios.

A narrativa do filme se desenvolve em um futuro próximo imaginário no qual os solteiros são detidos e presos em um hotel.

A partir daí eles têm 45 dias para encontrar seu par ou, alternativamente, serem transformados no animal de sua escolha antes de serem jogados no bosque.

Um homem, Colin Farrell, decide fugir para se juntar às fileiras de um grupo de rebeldes solteiros, os "Solitários" dirigido por uma mulher, Léa Seydoux, a quem as regras proíbem se apaixonar.

Representante da nova geração do cinema grego, nascido em 1973, Yorgos Lanthimos ganhou fama internacional com seu filme de relacionamento familiar "Canino", prêmio "Um Certo Olhar" em Cannes em 2009.

Trata-se de seu primeiro filme rodado em inglês e na Irlanda. "The Lobster" tem um elenco internacional: o irlandês Colin Farrel, a britânica-americana Rachel Weisz, o americano John C. Reilly e as francesas Léa Seydoux e Ariane Labed, esposa de Yorgos Lanthimos.

"É mais fácil fazer um filme em inglês e ter um pouco mais de visibilidade do que teria na Grécia", admitiu o diretor em coletiva de imprensa.





- "Situações extremas" -

Em "The Lobster", Yorgos Lanthimos continua o trabalho radical desenvolvido em filmes anteriores: deixar nuas as normas sociais e o absurdo dos comportamentos humanos.

Neste filme voltou a explorar as relações humanas e "em especial o casal, o celibato e todas as regras que existem em torno dele em nossa sociedade".

O filme que tem elementos de violência e humor ácido adota a distância do sarcasmo para mostrar os diferentes estados do casal.

O diretor disse querer firmar com este filme "de alguma maneira um conto", e "explorar estes temas em situações extremas" por meio de personagens exagerados.

Na sociedade imaginária inventada por Lanthimos aparecem tênues luzes de esperança quando o amor aflora.

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