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Autor de "Millenium" investigou a morte de ex-primeiro-ministro sueco

O escritor Stieg Larsson, autor da série policial "Millenium" (11/11/1998) - Jan Collsioo/Scanpix Sweden/AP
O escritor Stieg Larsson, autor da série policial "Millenium" (11/11/1998) Imagem: Jan Collsioo/Scanpix Sweden/AP

De Estocolmo (Suécia)

25/02/2014 15h36Atualizada em 25/02/2014 16h31

O autor da trilogia "Millennium", Stieg Larsson, investigou o assassinato de Olof Palme, ex-primeiro-ministro da Suécia, revelou nesta terça-feira (25) o jornal Svenska Dagbladet, três dias antes do aniversário da morte do político.

De acordo com o jornal, o jornalista e escritor dedicou muito de seu tempo ao caso. Suas investigações levaram a um ex-militar sueco, Bertil Wedin, suspeito de ter relações com os serviços de segurança sul-africanos.

Durante o seu mandato, Olof Palme criticou em diversas ocasiões o apartheid, e era particularmente odiado pelos conservadores na Suécia e no exterior por suas visões anti-colonialistas.

"A morte de Palme tornou-se uma prioridade na agenda de Stieg", declarou a ex-companheira do escritor, Eva Gabrielsson, acrescentando que o autor estava investigando grupos de direita que poderiam estar ligados com o assassinato do premiê social-democrata.

O nome do Bertil Wedin já havia sido mencionado na década de 1990, enquanto o caso ainda fazia muito barulho.

"Uma fonte o descreveu como o intermediário do assassino, uma outra como um dos melhores assassinos profissionais da Europa", de acordo com um dos documentos do escritor.

Stieg Larsson chegou a reunir 15 caixas de documentos relacionados ao caso, como informações sobre as viagens que o político realizou, suas receitas, etc.

Quanto as ligações de Wedin com a África do Sul, Stieg Larsson escreveu que várias fontes relataram que Bertil Wedin trabalhava para a polícia sul-africana em segredo desde a década de 1970 e que ele estaria por trás do assassinato de um amigo de Olof Palme, em 1982.

"Não tenho nada a perder até que a verdade seja revelada", disse Bertil Wedin ao jornal sueco.

O procurador-geral adjunto Kerstin Skarp, responsável pela investigação, disse ao jornal que o ex-militar não está incluído entre os principais suspeitos do assassinato.

Olof Palme foi primeiro-ministro entre 1969 e 1976, e de 1982 a 1986. Ele foi morto em 28 de fevereiro, aos 59 anos, quando voltava do cinema com a esposa no centro de Estocolmo.

A trilogia "Millennium", que ganhará em breve um quarto capítulo, já vendeu mais de 75 milhões de cópias e foi traduzido para mais de 30 línguas em todo o mundo.

Stieg Larsson morreu aos 50 anos de um ataque cardíaco em 2004.