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Múmias apareceram no Egito muito antes da era dos faraós

Imagens divulgadas pelas autoridades em Bucareste, capital da Romênia - EFE
Imagens divulgadas pelas autoridades em Bucareste, capital da Romênia Imagem: EFE

13/08/2013 06h40

WASHINGTON, 13 Ago 2014 (AFP) - A mais remota evidência da mumificação no Egito sugere que a prática de embalar corpos para preservá-los depois da morte começaram a por volta de mil anos antes do que se pensava, revelou um estudo publicado nesta quarta-feira.

O estudo, publicado no periódico PLOS ONE, foi o primeiro a descrever resinas e linhos usados como envoltórios funerários com antiguidade de 3.350 a 4.500 a.C.

Há muito tempo, historiadores acreditavam que a prática egípcia de mumificação tinha começado por volta de 2.500 a.C.

Mas, ao aplicar análises científicas modernas a coleções egípcias que já estavam em museus britânicos, eles descobriram que já nesta época, as pessoas usavam materiais similares de preservação nas mesmas proporções das encontradas em múmias posteriores.

"Este trabalho demonstra o enorme potencial do material em coleções de museus que permite a cientistas escavar novas informações sobre o passado arqueológico", disse o co-autor do estudo, Thomas Higham, da Universidade de Oxford.

"Usando modernas ferramentas científicas, nosso trabalho ajudou a iluminar um aspecto chave da história remota do Egito antigo", prosseguiu.

Especialistas usaram cromatografia a gás, espectrometria de massa e outras técnicas de análise química para identificar materiais naturais usados para preservar cadáveres na época.

"Estas receitas consistem de uma 'base' de óleo vegetal ou de gordura animal, constituindo a parte principal dos 'bálsamos'", destacou o estudo.

Quantidades menores de resina de conífera, um extrato de plantas aromático, cera e goma vegetal ou açúcar também foram usados.

"Além disso, estas receitas continuam agentes antibacterianos, usados nas mesmas proporções empregadas pelos embalsamadores egípcios quando sua habilidade estava no auge, entre 2500 e 3000 anos depois", destacou o estudo.

Cientistas do projeto, que já dura uma década, vieram das Universidades de York, Macquarie e Oxford.

Os fragmentos de linho que eles examinaram foram originários de corpos sepultados nos mais remotos cemitérios antigos egípcios registrados em Mostagedda, na região de Badari, no alto Egito.