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Renovado, Rijksmuseum entra em seu novo Século de Ouro

Fachada do Rijksmuseum, museu nacional dos Países Baixos, situado em Amsterdã (22/8/12) - EFE/Robin Van Lonkhuijsen
Fachada do Rijksmuseum, museu nacional dos Países Baixos, situado em Amsterdã (22/8/12) Imagem: EFE/Robin Van Lonkhuijsen

Em Amsterdã, na Holanda

04/04/2013 11h12

O famoso Rijksmuseum de Amsterdã mostrou nesta quinta-feira sua nova identidade em pleno século 21, depois de uma década de milionárias obras de renovação que lhe permitem agora lançar uma nova luz sobre sua incomparável coleção dedicada ao Século de Ouro holandês.

"O Rijksmuseum escreverá uma nova página de sua história", declarou o diretor do museu, Wim Pijbes, à imprensa, após quase dez anos de obras avaliadas em 375 milhões de euros.

"Tudo mudou de lugar, exceto uma pintura, 'A Ronda Noturna'", acrescentou Pijbes, referindo-se à tela mais famosa do artista holandês Rembrandt (1606-1669).

Principal atração do museu, esta pintura de 3,8 metros de altura e 4,5 metros de largura tem seu próprio salão, o "Salão da Ronda Noturna", desde 1885, data na qual o Rijksmuseum se instalou no imóvel que ocupa atualmente.

O Rijksmuseum escreverá uma nova página de sua história. Tudo mudou de lugar, exceto uma pintura, 'A Ronda Noturna'

Wim Pijbes, diretor do Rijkmuseum

"Nossa ambição é que toda criança holandesa veja 'A Ronda Noturna' antes de completar 12 ou 13 anos", disse Pijbes. "O Rijksmuseum reúne as pessoas, a arte e a história", acrescentou.

Antes de sua renovação, o Rijksmuseum recebia cerca de um milhão de visitantes por ano. Agora, poderá receber entre 1,5 e 2 milhões de visitantes por ano.

Neste museu estão expostas algumas das mais importantes obras-primas do Século de Ouro, entre elas pinturas de Rembrandt, Johannes Vermeer e Gabriel Metsu, artistas de uma época na qual a Holanda dominava o comércio mundial.

Os trabalhos de renovação do Rijksmuseum foram financiados pelo Estado holandês - através do ministério da Cultura - pelo próprio museu e por outros patrocinadores, como a empresa Philips ou a ING.

O Rijksmuseum abrirá suas portas oficialmente no dia 13 de abril, na presença da rainha Beatrix da Holanda.

Este evento marcará a última aparição oficial da soberana como chefe de Estado, após sua surpreendente abdicação a favor de seu filho, o príncipe Willem-Alexander.

Pinturas acompanhadas por objetos de época

Responsáveis pela renovação, os arquitetos de Sevilha Antonio Cruz e Antonio Ortiz tinham como lema valorizar o trabalho romântico-gótico de Pierre Cuypers, o arquiteto holandês que desenhou o edifício que abriga o Rijksmuseum desde 1885.

O trabalho de acondicionamento das salas foi confiado ao francês Jean-Michel Wilmotte, conhecido principalmente por seu trabalho no museu do Louvre.

A maior inovação reside na maneira pela qual as obras estão apresentadas: já não se trata de separar as armas, móveis ou pinturas em diferentes salas, agora todas as obras estão ordenadas por períodos históricos, e ao estarem juntas se tornam uma janela de sua época.

Assim, as telas do jovem Rembrandt estão acompanhadas por um armário de ébano fabricado por um de seus amigos, Herman Doomer, por uma taça em forma de ostra feita por outro de seus amigos, Jan Lutma, e por um retrato do poeta Constantin Huygens, que escreveu sobre Rembrandt.

Cerca de 8 mil peças estão expostas em 80 salas. O museu conta com uma superfície total de 30 mil metros quadrados.

No pátio do museu encontra-se agora o pavilhão asiático, um edifício ultramoderno de vidro e concreto chamado de "porta-joias", que abriga uma coleção de arte asiática.