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05/07/2009 - 19h29

Para aparecer na Flip, escritores "marginais" calçam tamancos e se vestem de noiva

ANA OKADA

De Paraty, Rio de Janeiro

A "competição" com a experiência de Gay Talese ou com os olhos azuis de Chico Buarque estimulou os artistas marginais da Flip 2009 a serem criativos. Entre as "estratégias de marketing", houve distribuição de livros com chaveiros, bonecos na cabeça e até vestido de noiva.

Para divulgar o livro, Paulo Cavalcante, escritor de Campina Grande (PB), ficou horas em cima de um sapato com salto de 30 cm, que ele chamou de "tamanco grego": "Dentro dos tamancos conduzo meu alimento: banana, cenoura, mel, castanha, rapadura...".

  • Ana Okada/UOL

    Paulo Cavalcante usa tamancos para aparecer na Flip; dentro deles guarda comida

Cavalcante gastou cerca de R$ 1.000 para ir a Paraty, mas diz que o esforço compensa: "Às vezes, entro no vermelho, mas magnífico é estarmos aqui e espalharmos nosso trabalho para outros Estados... Um dia o vermelho apagar-se-á", afirma. O escritor, que dá aulas na rede pública de ensino, visita a feira pela quinta vez. "Estou amando, as pessoas que compraram comentam o nosso trabalho, e sempre comparam o romance com 'Vidas Secas'", diz o autor.

Para o autor, a feira podia ter algum incentivo para os independentes: "O cordelista, o nordestino aqui, dá o colorido da feira; podia ter um olhar para nós", aponta.

  • Ana Okada/UOL

    Escritora se vestiu de noiva na igreja

Noiva
A escritora Patrícia Carvalho-Oliveira escolheu "encarnar a personagem": ela se vestiu de noiva e ficou em frente a uma das igrejas da cidade, para vender seu livro, "3 - Um romance para ler de uma só vez". "Acho importante o autor conhecer o leitor. A performance de rua permite muito isso; em três horas, vendi 106 livros", conta. A obra trata de uma escritora à procura de uma editora para publicar seu livro.

Para cada pessoa que se aproximava, a atriz propunha um desafio: "Digo para eles lerem a primeira página, e, se gostarem, podem levar. Tem dado muito certo". Durante a entrevista, uma leitora se aproximou, leu o trecho e, de fato, comprou: "Gostei, ela [a personagem] é de peixes, também sou de peixes", conta Maria Eliane Franco, que embolsou dois exemplares.

Beijo no monstro
Já um dos autores do livro "Clube da leitura: modo de usar, vol. 1", do Rio de Janeiro, também quis se "vestir a caráter", mas escolheu um boneco verde de 3 metros de altura. Perto da Tenda do Telão, ele e seu grupo ofereciam um "beijo no monstro", por R$ 5. Segundo o grupo, o beijo era para o monstro "virar escritor".

Os autores, cujo livro faz alusão ao filme "Clube da Luta", se reúnem semanalmente há dois anos no sebo "Baratos da Ribeiro" para escrever. "Depois de dois anos, sentimos que tínhamos que fazer algo concreto, como num namoro; então lançamos o livro", diz Maurício Gouveia, um dos donos do sebo e organizadores do grupo.

Chaveiro
Diferente dos autores que chamaram a atenção pelas roupas, o casal Karen Almeida e Oliveira Júnior oferecia, além do livro de Júnior, um chaveiro de metal, confeccionado pelo jovem poeta, formado na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em 2002. "A pessoa leva o livro autografado e uma peça de arte por apenas dez reais", argumenta Karen.

Os dois levaram 300 exemplares do livro, "28 poemas", e pretendiam arrecadar R$ 3.000 para imprimir mais uma tiragem. Júnior diz que não sente falta de espaço na Flip: "Minha forma de trabalhar é independente, esse pensamento é o que move minha literatura", afirma.

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