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05/07/2009 - 14h58

Historiador Simon Schama conquista a plateia no último dia de Flip

DANIEL BENEVIDES

Colaboração para o UOL
Falando de pé, com gestos largos e muita energia, o historiador britânico Simon Schama, autor de "O Futuro da América", despertou a plateia ainda meio sonolenta na manhã deste domingo (5), depois da agitação da noite anterior em Paraty.
  • Folha Imagem

    Simon Schama ganhou o público no último dia da Flip 2009


Logo no começo, provocou risadas do público ao matar um inseto com um pisão e dizer que aquele era um "enviado de Bush". A política contemporânea, aliás, foi o forte em sua fala. Schama não poupou elogios ao presidente Barack Obama, a quem definiu como "um verdadeiro cidadão do mundo, que acredita no poder da palavra."

O historiador lembrou do recente discurso de Obama no Cairo como um momento importante na história, em que pela primeira vez um presidente norte-americano demonstrou real conhecimento e respeito pelo mundo islâmico sem deixar de defender as posições dos Estados Unidos.
  • Folha Imagem

    O historiador britânico Simon Schama gesticula durante a mesa "O Futuro da América"


Com cabelo despenteado, camisa branca amassada e sapato amarelo, Schama demonstrou estar totalmente à vontade na Flip, além de conhecer os outros convidados. Citou Chico Buarque e Milton Hatoum e também Gay Talese, que o aplaudia entusiasticamente na segunda fila.

Segundo vários testemunhos, o historiador foi o mais baladeiro dos escritores em Paraty, e também o mais sociável.

  • Folha Imagem

    Mesa com António Lobo Antunes foi apontada como a melhor por visitantes da Flip

Lobo solitário
Mas o consenso mesmo parece ter sido o recluso português António Lobo Antunes, aplaudido de pé por vários minutos na última apresentação de sábado.

O público riu e se emocionou com várias de suas frases antológicas e também com sua afetuosidade, a despeito da fama de arrogante. O avô do escritor é de Belém do Pará, o que talvez explique sua conexão carinhosa com o público.

Antunes demonstrou grande conhecimento de literatura brasileira, citando vários autores. Chegou mesmo a recitar de cor uma quadra de João Cabral de Melo Neto, seu poeta favorito ao lado de Carlos Drummond de Andrade.

O autor de "Os Cus de Judas" e o "Meu Nome é Legião" contou várias anedotas saborosas, brincou com o microfone e principalmente falou de sua paixão pela literatura. "O livro é um organismo vivo"; "escrever é sobretudo corrigir, é preciso ser humilde diante da escrita"; "escrever é um trabalho impossível, pois você está lidando com coisas anteriores às palavras"; "descobrir um livro bom é uma maravilha"; "ler é um ato criativo - o nome do leitor é que devia estar na capa do livro"; "você aprende a escrever com poesia - tenho uma relação difícil com a prosa, pois fico com vontade de corrigir.".

Em mais de um momento a plateia o aplaudiu durante a apresentação, como quando falou: "Se alguém quer ser escritor, devia ver Mané Garrincha jogar bola".

Ao final, diante da acolhida calorosa da plateia, agradeceu o carinho de todos, deixando alguns marmanjos com lágrimas nos olhos. Na saída, muitos diziam "gênio" e "foi a melhor apresentação da Flip".
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