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Falando de pé, com gestos largos e muita energia, o historiador britânico Simon Schama, autor de "O Futuro da América", despertou a plateia ainda meio sonolenta na manhã deste domingo (5), depois da agitação da noite anterior em Paraty.
Logo no começo, provocou risadas do público ao matar um inseto com um pisão e dizer que aquele era um "enviado de Bush". A política contemporânea, aliás, foi o forte em sua fala. Schama não poupou elogios ao presidente Barack Obama, a quem definiu como "um verdadeiro cidadão do mundo, que acredita no poder da palavra."
O historiador lembrou do recente discurso de Obama no Cairo como um momento importante na história, em que pela primeira vez um presidente norte-americano demonstrou real conhecimento e respeito pelo mundo islâmico sem deixar de defender as posições dos Estados Unidos.
Com cabelo despenteado, camisa branca amassada e sapato amarelo, Schama demonstrou estar totalmente à vontade na Flip, além de conhecer os outros convidados. Citou Chico Buarque e Milton Hatoum e também Gay Talese, que o aplaudia entusiasticamente na segunda fila.
Segundo vários testemunhos, o historiador foi o mais baladeiro dos escritores em Paraty, e também o mais sociável.
Lobo solitárioMas o consenso mesmo parece ter sido o recluso português António Lobo Antunes, aplaudido de pé por vários minutos na última apresentação de sábado.
O público riu e se emocionou com várias de suas frases antológicas e também com sua afetuosidade, a despeito da fama de arrogante. O avô do escritor é de Belém do Pará, o que talvez explique sua conexão carinhosa com o público.
Antunes demonstrou grande conhecimento de literatura brasileira, citando vários autores. Chegou mesmo a recitar de cor uma quadra de João Cabral de Melo Neto, seu poeta favorito ao lado de Carlos Drummond de Andrade.
O autor de "Os Cus de Judas" e o "Meu Nome é Legião" contou várias anedotas saborosas, brincou com o microfone e principalmente falou de sua paixão pela literatura. "O livro é um organismo vivo"; "escrever é sobretudo corrigir, é preciso ser humilde diante da escrita"; "escrever é um trabalho impossível, pois você está lidando com coisas anteriores às palavras"; "descobrir um livro bom é uma maravilha"; "ler é um ato criativo - o nome do leitor é que devia estar na capa do livro"; "você aprende a escrever com poesia - tenho uma relação difícil com a prosa, pois fico com vontade de corrigir.".
Em mais de um momento a plateia o aplaudiu durante a apresentação, como quando falou: "Se alguém quer ser escritor, devia ver Mané Garrincha jogar bola".
Ao final, diante da acolhida calorosa da plateia, agradeceu o carinho de todos, deixando alguns marmanjos com lágrimas nos olhos. Na saída, muitos diziam "gênio" e "foi a melhor apresentação da Flip".
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