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06/07/2008 - 15h07

Pierre Bayard e Marcelo Coelho constroem ensaio oral sobre a leitura no último dia da Flip

LUNA KALIL

Em Paraty
Incentivar a não-leitura em plena festa de celebração do livro? Essa questão talvez tenha passado pela cabeça de muitos curiosos que assistiram à mesa de abertura do último dia da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), cujo tema principal foi o livro do professor e psicanalista francês Pierre Bayard, "Como Falar dos Livros que Não Lemos?" (Ed. Objetiva), lançado este ano no Brasil. Bem-humorado, o diálogo travado entre Bayard e o colunista e ensaísta da Folha Marcelo Coelho, mediados por Contardo Calligaris, sobre o processo da leitura, os tipos de leitores e as diferentes formas de ler um livro, arrancou aplausos e risadas da platéia, em um dos momentos mais metalingüisticos da Flip deste ano.

"Quando o microfone falhou na segunda frase, achei que era um boicote por eu estar defendendo a não-leitura", brincou Bayard em francês durante a breve introdução para leitura em voz alta do prólogo de seu ensaio quase psicanalítico, cujo principal objetivo é suprimir a fronteira artificial entre livros lidos e não-lidos.

"Eu achava que só na França havia 'não-leitores', mas parece que no Brasil alguns também se identificaram com o tema", brincou em tom descontraído, antes de incentivar a platéia a adotar as abreviações adotadas por ele para classificar os tipos de contato que um leitor pode estabelecer com um livro: os lidos, os folheados, dos que ouviu falar e os esquecidos, lidos em algum momento do passado, mas que fogem à memória. "Existe uma gama de acesso aos livros, temos que inventar caminhos pessoais de leitura, e cada um deve descobrir os livros que tem que ler", defendeu Bayard.

A conversa entre Coelho e Bayard proporcionou uma reflexão sobre a leitura e sobre o sentimento de culpa por não ler alguma obra. Coelho, que já na primeira frase deixou claro que havia lido o livro de Bayard, disse que a própria idéia de livro já não anda bem de saúde e levou a questão para dentro do universo da festa, onde é comum participar de palestras sobre livros não lidos -e que talvez nunca serão lidos- e sobre escritores dos quais nunca ouviram falar.

A discussão deixou pistas para a reflexão e dicas para os leitores (ou não-leitores) mais ansiosos atenuarem a angústia de não ter lido as milhares de obras literárias sobre as quais se ouve falar.
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