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04/07/2008 - 22h48

David Sedaris explica suas piadas em palestra da Flip

GUSTAVO MARTINS

Em Paraty
Ana Ottoni / UOL
Escritor norte-americano David Sedaris contou crônicas ágeis e cômicas sobre sua vida em palestra na Flip (04/07/2008)
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O escritor norte-americano David Sedaris fez o que melhor sabe durante os 60 minutos de sua palestra na Flip, a última da sexta-feira (4): divertiu a audiência com crônicas ágeis e cômicas sobre sua própria vida, turbinadas por sua leitura eficiente de profissional do rádio. O autor, que já tem o livro "De Veludo Cotelê e Jeans" (Cia. das Letras) traduzido no Brasil, lançava na festa a edição nacional de "Eu Falar Bonito um Dia", do qual leu um impagável trecho "Jesus Sálvia", sobre suas primeiras aulas de francês.

Sob a mediação do jornalista (e fã) Matthew Shirts, Sedaris discorreu sobre suas fontes de inspiração (sua própria vida "em 97% do tempo"), se considera sua literatura ficção ou não-ficção ("não-ficção, 97% de realidade está bom para mim") e sobre o fato de ser muito lido em estados conservadores dos EUA, apesar de tratar abertamente de sua homossexualidade nas histórias.

"Bem, eu tenho 51 anos", explica o autor. "No meu tempo, se um livro tivesse a palavra 'namorado', ele não seria nem impresso, não podia me dar ao luxo de ler romances gays, então aprendi a me relacionar com os livros 'normais' mesmo." Além disso, Sedaris acredita não ser "gay o suficiente" para ser considerado um autor gay: "Acho que só 10% do meu público lê meus livros pela questão gay. A maioria das pessoas, quando lê uma história engraçada sobre mim e meu namorado, pensa 'poxa, isso também acontece comigo' --é sobre tentar viver com outra pessoa, simplesmente".

Fatos e piadas
Atual colaborador da revista "The New Yorker", Sedaris arrancou risos da platéia ao comentar o procedimento da publicação de checar todos os fatos de seus textos: "Teve uma história que eu escrevi sobre as aranhas que eu crio em casa --sim, eu crio aranhas em casa--, que eu as alimentava a ponto de elas terem ficado tão gordas que seus pés faziam furos nas teias", afirmou. "Os caras me fizeram ligar para o zoológico para confirmar que isso não era possível, e eu tive que brigar para isso ir para o texto final --poxa, é uma piada, não espero que ninguém acredite nisso!".

Em um ritmo que às vezes lembrava comédia stand-up, Sedaris enfileirava uma tirada atrás da outra, como ao comentar quando foi eleito o melhor humorista do ano pela revista "Time": "Bom, a revista saiu no dia 10 de setembro de 2001, um dia antes do atentado ao World Trade Center, e no dia 13 eles já tinham outro número nas bancas --ou seja, eu fui o humorista do ano por apenas três dias". Mesmo assim, Sedaris afirmou que levou tempo até se sentir confortável em ser conhecido como "humorista", mas hoje acha o título adequado. Seu procedimento de escrita lembra o de comediantes como Jerry Seinfeld: conforme faz turnês de promoção pelo mundo, Sedaris lê novos textos para a platéia e aprimora-os de acordo com a reação do público.

Paris, Tóquio e Paraty
David Sedaris atualmente vive na França, e para ele essa experiência o ajudou a ver seus traços americanos. "Nos EUA, você pode falar de dinheiro o tempo todo. Alguém diz que o relógio do outro é bonito, e a pessoa responde 'claro, paguei US$ 4 mil por ele!'", brinca. "Em Paris isso é um absurdo, uma falta de educação, e eu adoro." O motivo que o fez mudar para a cidade, fumar --"fui atrás dos cinzeiros"--, foi o contrário do que o fez morar alguns meses em Tóquio, parar de fumar. "Lá não se pode fumar na rua, e, além do mais, você engorda quando pára de fumar. E o quanto se pode engordar comendo peixe cru?"

Ana Ottoni / UOL
Bonecos do artesão Jubileu que David Sedaris diz ter achado "ótimos", pois "parecem rosto de alguém que fez plásticas ruins"
BLOG DO TAS: LEIA MAIS SOBRE O ARTESÃO JUBILEU
Sobre o Brasil, Sedaris respondeu que ainda não pôde formar uma opinião ("cheguei ontem!"), mas está ansioso para passar dois dias no Rio. "E admito que gostei de ouvir um cara tocando Tom Jobim no violão em um restaurante. É bom quando você vem para um país e vê exatamente o estereótipo que tem dele", brincou.

Sobrou até para os bonecos que enfeitam Paraty durante a Flip: "Eles são ótimos, parecem o rosto de alguém que fez plásticas muito ruins."
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