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O impacto cultural que as Panicats provocaram mexeu até com Faustão

As panicats Aline Mineiro e Carol Dias - Reprodução/Facebook/Carol Dias
As panicats Aline Mineiro e Carol Dias Imagem: Reprodução/Facebook/Carol Dias

31/10/2017 15h05

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O surgimento do Pânico na RedeTV! aconteceu como consequência dos programas de Marcos Mion e Luciano Huck na Band. Até por isso, apesar do nome remeter às antigas Chacretes e mesmo às Angelicats, creio que as Panicats tenham uma conexão muito mais intensa com outras musas da nossa televisão. As assistentes de palco de Emílio Surita e companhia bela são descendentes da escola paulista da categoria: as Mionzetes (como Meg Melilo, que posteriormente ganhou o BBB sob a alcunha de Maria) e as Hzetes.

Um estilo de vida que começou com a badalação de publicações como a revista Trip, festinhas em Maresias e bastante academia. O showbiz em São Paulo da virada do século era como a teoria da Terra plana - simplesmente não acreditava em qualquer tipo de Globo, daí a relevância de emissoras como a Band.

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Mas o sucesso das Panicats, desde a época da RedeTV!, viria até a influenciar uma mudança no relacionamento entre Faustão e as bailarinas do Domingão. Durante um bom tempo, não havia espaço para nada além das coreografias das bailarinas. Eventualmente uma ou outra se destacava, caso da Carol Nakamura, que logo virou repórter. Mas integrantes como Sabrina Sato e Juliana Alves só chegaram à fama por intermédio da participação no Big Brother Brasil.

Após o estouro das Panicats, as bailarinas também foram ocupando mais e melhores espaços na programação do Domingão. Primeiro como professoras da Dança dos Famosos e depois como fascinantes personalidades da mídia. Dificilmente uma bailarina teria vaga no BBB hoje em dia - basta lembrar que Robertha Portella e Carla Prata abandonaram o Faustão para participar de A Fazenda, que reúne em seu cast famosos de porte pequeno e médio.

Com a explosão da cultura de subcelebridades no país, as Panicats perderam o glamour, mas não a relevância. Sem o mesmo apelo para o jet set, hoje surfam diferentes ondas dentro de nichos bem interessantes. Mari Baianinha leva a vida que toda blogueira sonhou, com viagens pelo mundo e muita permuta. Tânia Oliveira, a Panicat original, estabeleceu laços duradouros com o samba de São Paulo. Babi Muniz está construindo uma sólida carreira na música popular brasileira. Dani Bolina teve uma fase urbana, interessada no mundo da cultura de rua - embora hoje esteja mais focada no mercado fitness.

Outras Panicats também se tornaram referência de estética e beleza, tanto que contam com um apaixonado séquito de fãs nas redes sociais. Juju Salimeni, há muitos anos trabalhando na Record com Marcos Mion, transformou-se em um ícone do fisiculturismo moderado. Renata Molinaro e Carol Dias também fazem sucesso divulgando academias, suplementos alimentares e um estilo de vida saudável.

O time atual mantém o histórico de grandes personalidades. Aline Mineiro já pode ser considerada uma veterana. Sempre demonstrou bastante desenvoltura na interação com o público e os parceiros de cena. Fez sucesso ao lado de Amanda Ramalho no quadro “Universitários em Pânico” e agora explora um lado ainda mais teatral no “Largagas e Peladas”.

E Luara Lugli é a grande revelação do programa nesses últimos anos. A Panicat millennial foge dos padrões voluptuosos e marombados das gerações anteriores, chegando a parecer uma musa do Tumblr. Não por acaso, é presença recorrente nas transmissões ao vivo que Lucas Selfie comanda pelo YouTube durante a exibição do Pânico na Band.

Certamente o legado das Panicats vai além das questões mais polêmicas que sempre permearam a história da atração - sem, claro, diminuir qualquer discussão que possa vir a partir disso. Minha intenção aqui foi apenas levantar outros pontos de vista sobre uma história tão rica. No mais, apesar do atual imbróglio com a Band, tenho certeza que a turma do Pânico seguirá ditando tendência e fascinando multidões ao longo dos próximos anos.