Nem a nostalgia salva Batman, Superman e Mulher-Maravilha
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Belchior cantava em “Velha Roupa Colorida” que o passado é uma roupa que não nos serve mais. Só faltou combinar com os diretores criativos da DC Comics - e provavelmente a maioria de seus leitores.
O prezado leitor que passar na banca mais próxima em busca de confeitos, cigarros ou créditos para o celular, poderá ter a fortuna de tropeçar nas edições de relançamento de personagens como Batman, Superman e Mulher-Maravilha, além da Liga da Justiça e Lanterna Verde.
A iniciativa chama-se “Universo DC: Renascimento” e tem como objetivo trazer de volta o clima embolorado de uma época em que a vida era mais simples.
Depois de tentar renovar seus personagens para o século 21, o braço editorial da Warner resolveu que era a hora de voltar ao básico. Para isso, convocou alguns dos mais ultrapassados artistas do mercado para darem sua contribuição.
Mas a editora falhou ao não atentar para um grande problema: essas peças de museu foram as mesmas que escreveram e desenharam a desastrada revitalização proposta pela atualização anterior.
Superman continua tendo suas aventuras escritas por Dan Jurgens, por exemplo - o mesmo cidadão que pariu a célebre história da morte do herói lá em 1992. Certamente a narrativa simplória do artista não melhorou muito ao longo desses 25 anos.
Em vez de expandir e enriquecer a mitologia de suas principais propriedades, a DC parece mais interessada em vender algum resquício de senso de pertencimento para senhores de meia-idade já sem muito interesse em explorar novos horizontes.
Um levantamento feito recentemente com donos de comic shops nos Estados Unidos revelou que o colecionador de quadrinhos tem em média 36 anos - e isso explica muita coisa.
Para se ter uma ideia, os anunciantes de outras mídias, como TV e cinema, levam em consideração principalmente o público entre 18 e 34 anos. Nesse intervalo da vida, o cidadão ainda está minimamente disposto a trocar de marca de pasta de dente. Quanto mais a audiência vai se afastando desse miolo, menos interessante ela é comercialmente.
Então apostar numa volta às raízes pode até parecer uma decisão inteligente: o perfil dos leitores é cada vez mais conservador. Ouvem os mesmos discos de 20 anos atrás, preferem diretores de cinema que já tenham morrido, tem um sabão em pó preferido e, aparentemente, estão dispostos a ler variações capengas das mesmas histórias em quadrinhos da época da puberdade.
Mas será sustentável a longo prazo? Até pelo diminuto tamanho do mercado atual, talvez fizesse mais sentido estabelecer as revistas como um grande laboratório para desenvolver essas franquias em outras mídias.
É o que a Marvel vem fazendo, por exemplo - mas isso é assunto para uma outra oportunidade. Como previu Belchior na canção supracitada, “o que há algum tempo era jovem e novo, hoje é antigo / e precisamos todos rejuvenescer”.
CANTINHO DO LEITOR
Escrevi ontem sobre as semelhanças entre "Guardiões da Galáxia Vol. 2" e os filmes dos Trapalhões. Infelizmente alguns leitores acharam que isso era um demérito - o que definitivamente não considero que seja.
Bruno Bordignon
Quem é o este critico mesmo? para falar dos filmes da MARVEL..... kkkkkkkkkkk vai ser critico da ANITTA.... E desse tipinho de povo que vc se orgulha ao invés de falar coisa que não sabe....
O que difere os filmes da Marvel de uma música da Anitta? Especialmente Guardiões da Galáxia, que são obras sacolejantes para agradar as grandes massas. Quem é fã da Marvel deveria apreciar muito a Anitta!
GilBrasil2013
Quanta besteira. Analogias mal feitas e descabidas. Mas previsível uma análise tosca de quem considera Anitta motivo de orgulho nacional para o mundo, como se fosse uma Shakira tupiniquim.
Shakira Tupiniquim deveria ser o nome do primeiro disco internacional da Anitta. Que provavelmente será trilha sonora do próximo filme do Homem-Formiga.
Murilo Braga
Chico vai assistir seu DVD da Anitta...
Excelente sugestão. Sempre uma boa pedida!
Danilo Santos
Esse cidadão não sabe nem a hora que esta com fome. Não deve nem se quer lido alguma HQ e ta ai babando falando asneira.
“Esse cidadão não sabe nem a hora que está com fome” certamente entrará para o meu vocabulário. E quem dera eu nunca tivesse lido um gibi dos Guardiões da Galáxia...
Voltamos a qualquer momento com novas informações.
22 Comentários
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Essa iniciativa é tão perfeita. Consegue atrair os leitores novos, consegue atrair os antigos e consegue construir um bom mistério em torno de quase todas as revistas. E o bom, é que não é necessário acompanhar todas as revistas para saber o que tá acontecendo.
Enfim, não sou um DCneco fanático. Pelo contrário, fiquei afastado da linha cronológica da editora por um BOM tempo! Além disso parece que você não se lembra que a DC acabou de sair de 2 iniciativas que fugiam totalmente da sua linha tradicional, que foram os Novos 52 e depois o DC YOU. Isso só mostra que o Renascimento é o inicio de um novo ciclo, que recicla sim conceitos antigos mas com uma roupagem diferenciada e atualizada. Espero realmente que você ache aquilo que procura, mas procure dar realmente uma chance à leitura. Forte abraço!!!