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Nelson Sargento é sambista de patente alta

Nos versos “Negro, forte, destemido/Foi duramente perseguido”, da canção “Agoniza, mas não morre”, de 1978, o sambista Nelson Sargento, 92, quis fazer uma crítica à perseguição da polícia ao samba e à invasão de ritmos estrangeiros nas rádios e na televisão. O músico só não imaginava que, hoje, a letra permaneceria tão atual.

“Era para os compositores da época não se entregarem. Sempre fizeram samba. Correndo ou não da polícia, eles faziam samba. E quando houve uma invasão de música estrangeira, o ‘Ieieiê’, bolero, tango, o samba ficou naquela balança”, explica o sambista, que entende que novas vertentes também colocam o ritmo, agora, em uma situação parecida com a de quase 40 anos atrás.

“Investem muito nos ritmos que estão em volta do samba. O samba reggae, o samba pop, samba não sei mais o quê. Mas isso não perturba, porque eu chamo de movimentos. Movimentos passam, já o samba não, porque o samba é uma instituição. Não vai passar nunca”.